Legislativo rejeita veto que denomina o espaço situado em frente à Catedral Angelopolitana como Largo Papa Francisco

Na noite da última segunda-feira, 11, a Câmara de Vereadores de Santo Ângelo vivenciou um momento de profundo debate sobre identidade urbana, memória coletiva e o papel das homenagens públicas. Em plenário, foi rejeitado o veto integral ao Projeto de Lei nº 048/2025, de autoria do vereador Cristian Fontella (PT), que propõe a denominação do espaço localizado em frente à Catedral Angelopolitana, entre as ruas Antunes Ribas e Marquês do Herval, como Largo Papa Francisco. A votação contou com cinco votos favoráveis ao veto, oito contrários e uma abstenção.
O veto, encaminhado pelo Poder Executivo, argumenta que o espaço em questão já integra oficialmente a Praça Pinheiro Machado, reconhecida historicamente pela população santo-angelense, e que não haveria interesse público relevante para a mudança proposta. Além disso, o documento destaca que, embora o Papa Francisco seja uma figura amplamente respeitada por sua trajetória espiritual e humanitária, não há relação direta entre ele e o município de Santo Ângelo, o que, segundo o Executivo, fragilizaria a justificativa da homenagem.
Durante a sessão, o vereador Cristian Fontella defendeu com firmeza a proposta, destacando que a homenagem ao Papa Francisco não apenas reconhece uma figura de relevância mundial, mas também estabelece uma conexão simbólica e cultural com a história das Missões Jesuítico-Guaranis. Segundo o parlamentar, o Papa Francisco é o único papa jesuíta da história, o que fortalece o vínculo espiritual e histórico com a região missioneira, marcada pela presença e pelo legado da Companhia de Jesus. Fontella também ressaltou que a iniciativa poderia agregar valor turístico ao município, ao criar um ponto de referência que dialoga com a identidade religiosa e cultural de Santo Ângelo.
A rejeição ao veto representa mais do que uma decisão técnica, é um gesto político que reafirma o papel do Legislativo como espaço de escuta, pluralidade e construção coletiva. Os vereadores que votaram contra o veto reconheceram a importância de valorizar símbolos que inspiram a comunidade e que podem contribuir para o fortalecimento da memória local e da promoção turística da cidade.
A Câmara de Vereadores mantém seu compromisso com o desenvolvimento de Santo Ângelo, respeitando as iniciativas que buscam enaltecer a história, a cultura e os valores que moldam a identidade da população. Projetos como este convidam a cidade a refletir sobre quem somos, o que representamos e como queremos ser lembrados.